Sempre que há um acidente aéreo, seja qual for o local do mundo, é notícia de abertura dos telejornais.
A questão é saber qual é o impacto que um acidente aéreo provoca no turismo e nas viagens. A resposta é simples: NENHUM !
Tirando o 11 de Setembro cujo impacto foi devastador e imediato. Lembro-me ter tido imensos cancelamentos nesse mês de Setembro. Contabilizamos mais de 40 % de cancelamentos em viagens aéreas e pacotes turísticos.
Houve medo de andar de avião e as pessoas evitaram viajar também em Outubro e Novembro. É verdade. Mas também me lembro que chegou o mês de Dezembro e foi dos meses mais extraordinário em termos de volume de negócio. As pessoas tinham pura e simplesmente esquecido, e o 11 de Setembro já fazia parte da história do homem. Era passado.
Estamos no turismo pela positiva (o turismo é saudável), estes assuntos são delicados mas não os devemos ignorar.
Para ficarmos todos mais tranquilos, analisemos a realidade dos factos, apenas em voos domésticos:
Cerca de 2/3 dos voos domésticos no mundo são realizados em países do primeiro mundo. Considero países do primeiro mundo aqueles desenvolvidos em termos económicos, tecnológicos e politicamente democráticos, tais como África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Islândia, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Suécia e Suíça.
A aviação nestes países é tão segura que um passageiro que voe num voo doméstico diariamente levaria em média 36.000 anos para morrer num acidente aéreo.
A segurança do passageiro do transporte aéreo está directamente relacionada à sua preocupação em morrer num acidente em qualquer etapa do voo.
Segundo estatística do Comité Norte-Americano de Segurança nos Transportes entre 1993 e 1996 ocorreram 0,2 acidentes fatais a cada 100.000 horas de voo doméstico, sendo a probabilidade de morte num acidente aéreo de (0,27 / 1 milhão de descolagens).
Na década de 1990 foram realizados aproximadamente 75 milhões de voos, cuja taxa de risco aproximada foi de 1 morte a cada 13 milhões de voos realizados.
Uma morte a cada 13 milhões de voos é claramente uma taxa muito baixa, por outras palavras, é dez vezes mais provável que uma criança que faça um voo doméstico ganhe uma medalha nos Jogos Olímpicos do que não completar sua viagem.
Outro exemplo: a possibilidade de se ganhar no Euromilhões é de 1 em 5,2 milhões. Assim, um apostador tem 2,5 vezes mais possibilidade de ganhar no Euromilhões do que vir a falecer numa viagem aérea.
Feitas estas contas, vamos agendar a próxima viagem!