Para os que gostam de aldeias históricas, de ambientes rurais e apreciem artesanato e comércio tradicional há La Alberca. Próxima a Ciudad Rodrigo, deve o seu nome às palavras “Al Bereka” que significa “lugar das águas”. É uma aldeia com características muito peculiares, a beleza das suas casas com traves de madeira são testemunho da presença francesa na região, durante as invasões.
Todas as ruas vão dar à Plaza Mayor, cercada por um casario digno de um cenário medieval. No centro da praça encontramos um imponente cruzeiro com um crucifixo no alto da coluna, com a face de Jesus Cristo esculpida, elevando-se sobre toda a praça. Aqui situam-se alguns dos melhores restaurantes da aldeia. A não perder os pratos de carne grelhada ou frita. Sim, a carne é do gado que se encontra no acesso à aldeia nos intermináveis pastos verde.
Foi declarada em 1940 de valor histórico-artístico, conviveu durante séculos pacificamente com cristãos, árabes e judeus, até ao dia em que chegou a Santa Inquisição.
Actualmente existe uma casa que se diz ter pertencido ao Tribunal da Santa Inquisição, outras conservam inscrições com cruzes referindo “Ave-maria” e outros símbolos religiosos, talvez para advertir que ali vivia um bom cristão, ou um cristão-novo. Recomenda-se um passeio pela aldeia, sem pressa, para descobrir em cada rua, cada casa, e em cada albercano os mistérios que por lá perduram.
Ainda hoje, diariamente ao anoitecer, pratica-se um ritual aos defuntos. Uma mulher percorre as ruelas da aldeia tocando uma campainha, entoando frases pedindo pelas almas do Purgatório «fiéis cristãos, recordemos as benditas almas do purgatório com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria por amor de Deus».
Outra tradição é a presença nas ruas de um porco preto, conhecido como o “porco do povo”. Este é considerado propriedade comunitária, toda a gente o alimenta, mas como a boa vida não dura para sempre, no dia 13 de Junho ele é morto. Junto à Igreja encontramos um porco em pedra, monumento que retrata a importância que este animal tem na comunidade.
A riqueza cultural e etnográfica fica espelhada no seu variado calendário de festividades: cerimónias e romarias acontecem ao longo do ano. As mais importantes são o 15 de Agosto, data das comemorações da Padroeira, e as festas do Corpo de Deus na Páscoa. Durante estas festas os albercanos reúnem-se na Plaza Mayor envergando os melhores trajes de cerimónias, as varandas são ricamente decorados com bordados e a aldeia revive tradições de séculos.
Aos fins-de-semana e durante todo o ano centenas de turistas invadem esta aldeia em busca das suas riquezas.