Na última semana muito se tem ouvido falar da Índia, dada a visita oficial de Cavaco Silva. Não foi seguramente uma viagem de turismo, mas sim para alargar as oportunidades que daí advêm. A Índia que se apresenta aos empresários é a protagonista de um dos maiores milagres de crescimento económico da história recente. Com uma população superior a 1,1 bilião de habitantes, é o segundo país mais populoso do mundo e o segundo que mais cresce, a par da China. Tem uma classe média emergente formada por mais de 300 milhões de pessoas, é uma nação que desafia a racionalidade. A questão é como pode um país onde um terço da população vive abaixo do limiar da pobreza, 40% são analfabetos, tem 18 línguas oficiais, pobríssimo em infra-estruturas ser visto pelos investidores internacionais como um lugar de oportunidades?
As marcas do crescimento indiano são visíveis por todos os lados. Praticamente todas as ruas de Mumbai (antiga Bombaim), o mais importante pólo económico do país, estão rasgadas por valas para receberem novas estruturas de águas e esgotos. Deli e Mumbai são das cidades mais poluídas do mundo. Conduzir na Índia é uma aventura inesquecível e não recomendada, não existe sinalização, são frequentes as manobras perigosas, ultrapassagens nas curvas e lombas, os autocarros e camiões param na própria estrada. A isto somam-se carros de boi, de camelos, bicicletas, tuk-tuk (motorizadas que servem de táxi) e grupos de pessoas a conversar precisamente no meio da estrada.
A (r)evolução também está patente nos hábitos de consumo dos indianos. Nos últimos dois anos foram construídos 100 centros comerciais e estão previstos outros 250 até 2008, todas as marcas ocidentais estão disponíveis a um público jovem que começa a trocar as vestes tradicionais indianas pela moda ocidental. Os telemóveis atingiram números impressionantes passando de 5,6 milhões em 2000, para mais de 56 milhões em 2006.
Para além desta transformação interna, a Índia continua a conservar os seus tesouros que aliados à sociedade espiritual hindu, a transformam num imenso paraíso turístico. De ruínas antigas à arquitectura moderna, de lugares de peregrinações religiosas a observatórios científicos, dos picos dentados às belíssimas praias de Goa e Kerala é variada e imensa.
É impossível visitar a Índia sem se visitar Agra, onde se encontram magníficos monumentos, sendo o Taj Mahal, o maior de todos eles, Cavaco Silva na sua visita lamentava antes da saída para a Índia “Que pena não vou poder visitar o Taj Mahal”. A sua construção durou 22 anos e foram necessários 20.000 homens, o mármore branco foi carregado durante 125 quilómetros e por mais de 1000 elefantes. Mandado construir pelo Imperador Mughal Sah Jahan como prova de amor pela sua esposa Mumtaz Mahal, o Taj Mahal é verdadeiramente uma das maravilhas do mundo.
Por todos estes motivos,a Índia tem sido alvo de uma procura internacional surpreendente, sendo recomendado que a programação das viagens sejam feitas com alguma antecedência.
Quer você queira ou não, todos nós estamos envolvidos no que acontece no mundo. Qualquer que seja nosso padrão de vida, todos nós vemos um grande número de pessoas que tem um padrão de vida que ultrapassa qualquer proporção. Como se a pobreza não existisse. Entretanto, o fato de que a maioria dos habitantes deste planeta vivem na pobreza e que milhões estão sofrendo de fome, isto é nossa responsabilidade. Talvez seja necessário prestar atenção às causas reais para este desequilíbrio, a tomar consciência da grande necessidade de tomar ações que possam ser um encorajamento para uma melhor distribuição de riqueza entre as pessoas. “Cada consciência individual pode, por si só, tornar-se um incentivo para outros seguirem o bom exemplo e, desta forma, contribuir para uma visão coletiva, capaz de mudar o mundo inteiro.” (Alex Mero)