Um dos meus concorrentes num encontro de esquina comentava que não estava a conseguir vender nada porque essa coisa das “Low Cost” estava a tirar-lhe os clientes.Pensei nas suas palavras, era final de Outubro, a época mais baixa entre o fim do Verão e o início das vendas da época de Natal e Fim de Ano. Respondi-lhe que não achava que seria esse o motivo, e que na nossa agência estávamos a vender muitos voos em companhias Low Cost. Parece é que na agência dele isso ainda não se faz.

 Nós, agentes de viagens temos de nos adaptar a este novo cenário, o sector contínua em mudança, o que devemos é transformar este ponto fraco num ponto forte.

Como sabemos que nem tudo são rosas no mundo das Low Cost, quando se opta por voar numa companhia Low Cost é preciso saber que estamos a mudar de paradigma. Embora muitas destas companhias mantenham serviços tradicionais (jornais, água, vinho, amendoins e outros), o mais habitual é termos de pagar. É preciso confirmar também os aeroportos que utilizam – podem ser bem centrais ou estar a uma centena de quilómetros, como acontece com a Ryanair em Bruxelas, Frankfurt ou Paris.Atenção igualmente às escalas: a maioria das companhias opera um voo, um bilhete. A ligação fica por conta e risco do passageiro, o que em caso de atraso pode ser uma grande complicação – o melhor mesmo é dar alguma folga entre voos. A política de cancelamento varia de companhia para companhia, assim como as garantias dadas ao passageiro (seguro, extravio de bagagem, transporte de deficientes, etc.).

Sabendo nós desta realidade e que as Low Cost não responderão de todo às exigências dos mais exigentes e sobretudo às empresas, temos aqui a oportunidade de fazer a diferença no serviço e não estarmos preocupados somente com o preço.Para algumas empresas o custo de deslocação entre aeroportos, o tempo, alojamento e refeições, originadas por não haver horários compatíveis, adicionando mais o custo de no dia seguinte o seu funcionário não estar disponível e acabar por perder quase o dia inteiro para regressar. Outras empresas acharão que é sobretudo mais relevante o custo da viagem. Cada caso é um caso e para isso existe a agência de viagens responsável (se quiser) por esta gestão.

No surgimento da Internet alguém dizia que seria o fim das agências de viagens, as pessoas passariam a programar as suas viagens a partir de casa. É verdade que passada uma década algo mudou nos hábitos, a começar pela maior disponibilidade para viajar por um maior número de pessoas.
Não foi o fim das agências tradicionais, elas continuam a aumentar todos os anos o seu volume de negócios, mesmo com o preço das viagens cada vez mais baixo, o que prova que se vende cada vez mais para um público maior.
No entanto, há algo inquestionável que as Low Cost vão contribuir para alterar. Os portugueses estarão mais desinibidos no pagamento de serviços pela Internet já que a compra de viagens é feita unicamente por esse meio.

 Em relação a nós, agência de viagens, o segredo está em vender o mesmo serviço acrescentando-lhe valor, e será este valor adicional que fará o cliente utilizar a nossa agência de viagens em vez de comprar directamente através da Internet. O valor acrescentado neste caso passará por personalizar um serviço que é das Massas.