Um dos debates que devemos ter é o da conveniência ou não, abordando os custos e a realidade da venda online de viagens, e se devemos posicionar os nossos negócios na Internet. Em Espanha, segundo o Observatório Espanhol da Internet(OEI), este novo cenário, impulsionado pelo aparecimento das Low Cost e dos portais de viagens, serviu para incrementar a actividade do sector em cerca de 25% nas suas vendas globais. E, segundo dados da Savia Amadeus também em Espanha, 7 em cada 10 bilhetes de low-cost que se vendem na Internet são vendidos a novos viajantes, que talvez não existirissem sem o factor preço e as novas rotas abertas; e quase 50% da venda por Internet são passagens aéreas.

Portanto, não parece que de momento os portais de viagens estejam a retirar quotas de mercado às agências de viagens tradicionais, sendo que no entanto estão a somar novos clientes que procuram facilidades e preço; ao que as agências devem responder com o seu posicionamento na Internet, oferencendo todo o volume de oferta de fornecedores e produtos, mais o valor acrescentado que resulta do facto de haver um profissional do outro lado, para qualquer eventualidade. E não deixar assim a evolução da Internet no mundo das viagens unicamente na mão de uns poucos. Em Portugal e Espanha, e apesar deste novo cenário, mais 80 % das passagens aéreas continuam a ser emitidas pelas Agências de Viagens tradicionais.

Segundo os dados do Sr. Esteban Walter, máximo responsável do Google Ibérico, 37% das compras na Internet são viagens, sendo a procura de informação, reservas de hoteis e passagens aéreas os mais procurados, num valor de aproximadamente 30%. Nos Estados Unidos, segundo os dados de Javier Rodrígues da Yahoo Ibérica, 69% dos internautas planifica as suas férias na Internet, dos quais cerca de 27% acabam reservando pela net. E, segundo dados de Juan Carlos Fernandes da Microsoft Espanha, 47 % dos usuários habituais da Internet procuram informação dos destinos na net

Considero que a introdução das Agências de Viagens tradicionais na Internet pode ser uma das chaves para o crescimento do sector, e a sua sustentabilidade, tendo em conta a maturidade do mercado e a projecção do comércio electrónico de viagens. Sem dúvida, está aqui o maior desafio que se lhes apresenta no futuro imediato: permitir a aparição de novos viajantes e oferecer a possibilidade de estabalecer uma relação com os clientes a custo reduzido.